“We shall not cease from exploration, and the end of all our exploring will be to arrive where we started and know the place for the first time.” (T. S. Eliot)
O desempenho do fundo Giant Zarathustra em seu 4º ano de operações
No dia 4 de março o Fundo Giant Zarathustra completou quatro anos de existência. Nesses quatro anos o fundo atingiu 121,5% de retorno líquido, ou 254,9% do CDI no período. com um índice sharpe de 0,87, índice sortino de 1,42 e Ômega de 1.02 (tabela 1). Vale observar que esses índices batem os de outros mercados como dólar, bolsa e renda-fixa e ficam bem acima dos índices de fundos multimercados como IHFA e IFMM-A.
Tabela 1: índices de desempenho selecionados, Giant Zarathustra FIM
IMA-B: índice de títulos indexados à inflação; IRFM índice de títulos de renda-fixa; IHFA: índice de fundos multimercado da Anbima; IFMM-A: índice de fundos multimercado abertos do BTG.
As quatro características do fundo Giant Zarathustra
Destacamos algumas características observadas ao longo desse período de quatro anos:
a) Consistência de retornos: o retorno acumulado de 252 dias úteis ficou acima do CDI durante 96% do período e acima de 200% do CDI durante 50% do período. Quando testamos nossos modelos, um dos critérios avaliados é o índice sharpe. Um sharpe alto geralmente se traduz em retornos elevados mas não necessariamente consistentes no tempo (um modelo pode apresentar longos períodos de baixo retorno intercalados a curtos períodos de alto retorno, resultando em alto sharpe e baixa consistência) Através da diversificação de modelos buscamos uma carteira que seja, simultanemante, rentável e consistente.
b) Volatilidade: partimos do princípio – óbvio mas às vezes esquecido – de que o mandato do gestor de fundo multimercado é gerar retornos excedentes positivos. Por definição, isso só é possível tomando-se posições em ativos de risco. Volatilidade não é, evidentemente, um objetivo em si mesmo mas é uma medida de exposição a risco. Um fundo com baixa volatilidade pode estar sub-exposto (caso em que o gesor não está fazendo seu papel), ou exposto a riscos que se manifestem infrequentemente, como crédito. A meta do Zarathustra FI é uma volatilidade anualizada de 15% operando ativos líquidos. Nesses quatro anos a volatilidade foi de 13,4%, sendo que a volatilidade de 252 dias ficou entre 13% e 17% durante 75% do período.
c) Baixa correlação dos retornos com benchmarks: As correlações dão uma medida do quanto do resultado pode ser, de fato, atribuído à gestão – versus meramente a flutuações aleatórias de mercado. A correlação entre os retornos do fundo e benchmarks foi relativamente baixa:
Tabela 2: correlações Giant Zarathustra FIM e índices de mercado
IMA-B: índice de títulos indexados à inflação; IRFM índice de títulos de renda-fixa; IHFA: índice de fundos multimercado da Anbima; IFMM-A: índice de fundos multimercado abertos do BTG.
A maior correlação (em módulo) foi com o IRFM, índice de títulos de renda-fixa. Essa correlação provavelmente esteja sobre-estimada simplesmente porque foi calculada num período em que a cota do Zarathustra se valorizou consistentemente e os títulos de renda-fixa, em geral, sofreram fortes quedas (sem que um movimento tivesse relação causal com a outro).
Outra forma de medir a eficácia da gestão é analisando-se os coeficientes de regressão dos retornos excedentes contra os benchmarks. Os coeficiente são os chamados ‘beta’ e representam a parcela do resultado explicada pelo respectivo benchmark. O que sobra, o intercepto da regressão chamado alpha, representa o quanto do retorno excedente se deve, efetivamente, à gestão. Para o período de quatro anos do Giant Zarathustra FIM, utilizando Ibovespa, dólar e IMA-B como benchmarks se obtém a alpha anualizado de 11.6% (tabela 3). Ou seja, quase todo retorno excedente pode ser explicado pela gestão. A mesma regressão para o IHFA, IFMM e IFMM-A, índices de fundos multi-mercado, obtém-se alphas anualizados baixos e negativos, o que sugere que a gestão tenha sido, em média, prejudicial ao desempenho dos fundos.